sábado, 17 de março de 2018

EU NÃO MORRO DE AMORES POR CHURCHILL

EU NÃO MORRO DE AMORES POR CHURCHILL,
como já mostrei por aí várias vezes, é por isso que não resisto a qualquer oportunidade de o pôr (que pretensiosismo o meu!) mais ao nível da sua justa (mas quem sou eu para saber o que é justo em Churchill?) medida - que não será tanta quanto tantos lhe querem atribuir.
«Mas está decidido: depois de algum tempo com a família em Portugal, seguirei sozinho para o Ultramar. Verei com olhos ainda sem óculos o mundo que o português não acabou ainda de criar com seu sangue, seu suor e suas lágrimas: suas e principalmente das suas mulheres. Palavras - esse "sangue", esse "suor" e essas "lágrimas" - que antes de serem de Churchill, foram de Vieira: do nosso António Vieira. Descobriu-o um pesquisador brasileiro que me comunicou há anos o fato miúdo mas interessante. Referia-se o padre ao esforço luso-brasileiro de resistência a estrangeiros. Duro esforço de guerra. Poderia ter incluído todo o afã não só luso-brasileiro como lusíada, de colonização dos trópicos: resistência a invasores, a selvagens, a doenças, a pragas, a inundações, a tempestades, a secas, a insetos, a feras. Sangue, suor e lágrimas não só em tempo de guerra como nos de paz, às vezes mais difíceis que os de guerra.» (Gilberto Freyre, "Aventura e Rotina, Sugestões de uma viagem a procura das constantes portuguêsas de caráter e ação", Livraria José Olympio Editora, Rio de Janeiro, 1953, p. 17)

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